O cuidado com o meio ambiente em Fernando de Noronha vai muito para além da preocupação da utilização da água do mar, com processo de dessalinização, para uso de habitantes e turistas. No segundo dia do Fórum Pernambuco Sustentável, o gestor da Compesa em Noronha, Antônio Lucena, falou, neste domingo (4 de maio), sobre os desafios do abastecimento de água doce na ilha, sem precisar ter dias de revezamento nas casas, pousadas, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. Ele explicou que 60% da água doce da ilha vem do processo de dessalinização da água do mar, 30% do açude Xaréu da ilha e 10% de poços artesianos.
Lucena destacou que há possibilidade de ampliar a exploração de poços artesianos em breve com um complemento de pequeno processo de dessalinização dessas águas. “Estamos conversando com a aeronáutica que possui terrenos na ilha onde há poços artesianos e estamos vendo a melhor forma de extrair a água doce deste solo que ainda tem sal em seus lençóis freáticos. É uma ação que já vem sendo discutido há algum tempo”, esclarece o gestor.
O professor e gestor de Meio Ambiente do Instituto Federal de Pernambuco – IFPE , André Ferreira, com doutorado em Recursos Hídricos, destacou no evento, que, atualmente, já existe tecnologia sendo testada para que a água captada pelas chuvas se transforme em potável. “Outros estados já estão avançando nos testes desta tecnologia e Noronha poderia ser um modelo de sustentabilidade para o Brasil”, frisou o especialista.